Eu vou dividir com vocês um “problema” meu.
Coloquei entre aspas por dois motivos:
- Não sei se é um problema
- Agora sei que não é algo só meu.
Eu tenho sede de conhecer gente, conversar muito e se começo, não paro mais.
Logo, muitas vezes me pego conversando com estranhos, fazendo novas amizade, conhecendo novas histórias de vida, isso me ajuda a ver que meus problemas podem não ser tão grandes e muitas vezes que a alegria está na minha frente e eu não estava vendo!
A felicidade às vezes bate a nossa porta e a gente não dá valor.
A tristeza e os problemas tornam-se menores, quando conhecemos as dificuldades dos outros!
Não tem melhor bate-papo do que com um taxista ou motorista de Uber, de um porteiro de prédio, do cabelereiro ou barbeiro e melhor ainda quando falamos com quem faz limpeza e serve cafezinho!
A visão de vida das pessoas é totalmente diferente da nossa e você aprende que a mesma história pode ser vista de ângulos diferentes.
Gente são tantas histórias, tantas vivências, segredos que já não são mais segredos, pois a pessoa já contou para alguém.
Enfim, adoro viver ENCONTRANDO GENTE.
Conversando com minha amiga Luciana Belém, uma pessoa que me inspira muito, seja pela sua facilidade de falar com crianças, seja pela troca de conhecimento, pois assim que encaro nossos papos!
Ela me contou essa história e ela podia ser minha:
Luciana estava caminhando sozinha na Avenida Presidente Vargas no Rio, de repente começou a chover e a chuva foi piorando.
Aquelas chuvas com vento, onde o guarda-chuva vira um inimigo, pois se abre todo, tendendo a quebrar e não serve para nada.
Eis que ela conseguiu abrigo embaixo de uma ponte.
Mas isso poderia ser um perigo, se ela se sentisse sozinha!
Eis que ela vê uma mulher num celular!
Aquilo era demais, COMPANHIA!
A primeira reação foi chegar perto, abrir um sorrisão (aqueles que gritam oieee, eu estou aqui)!
A moça ficou meio que assustada, afinal quem era aquela pessoa sorridente, naquele lugar!
Mas Lu, continuou lá, sorrindo, feliz por ter companhia!
O sorriso da Lu desarmou as dúvidas e medos daquela mulher no celular!
Mais que isso, Lu teve a mesma sensação que eu sempre tenho, mas que muitas vezes não é uma verdade.
Na realidade, na minha cabeça sempre vem a frase:
“Eu conheço essa pessoa, só não lembro de onde!!!”
Na realidade eu sempre pensei que estava no mundo sozinho, pois eu sempre tenho essa mesma impressão. Agora descobri que isso acontece com muita gente!
Nesse caso infelizmente não surgiu a oportunidade de conversa, pois aquela que poderia ser uma nova ou uma velha amiga não saiu do telefone.
A chuva passou e a Lu seguiu seu caminho…
Pensa que a história acabou?
Acabou não!
Na semana seguinte, Luciana pegou o ônibus que sempre pega para ir ao trabalho e depois de dois pontos, entra no ônibus a moça do celular na chuva!
Afinal ela não era mesmo uma desconhecida, era uma pessoa que toda semana tomava o mesmo ônibus e fazia o mesmo trajeto para o trabalho.
Tenho certeza que ao trocar olhar com a Lu, mesmo sem trocar uma palavra, ela compreendeu que havia se estabelecido um link.
Éramos agora mais que somente passageiras, pois além de passar pelo dia a dia de uma rota de ônibus, tínhamos uma história vivida debaixo de uma ponte.
A vida é assim mesmo, as pessoas às vezes só passam pelas nossas vidas, sem falas, sem uma relação, mas fazem a diferença, pois nesse caso trouxeram para Lu o aconchego necessário para um momento. Um amparo, mesmo que sem saber de nada!
Sabe essa história da Lu me fez entender que todo momento precisa ser valorizado, pois não se repete e pode ter um significado enorme. Nesse caso eu vejo CONFORTO.
O conforto de se sentir seguro ao ter alguém para dividir uma experiência, uma vivência, um momento em que nos sentimos de alguma forma vulneráveis.
O importante é o sorriso, pois ele sempre abre portas.
Sem dúvida essa história podia ser minha e agora pode ser nossa!