Minhas Lições aos 61 Anos
Vamos começar pelo básico:
Eu sou a Carol! Simples assim. Amo ensinar e aprender, tenho paixão por livros, desenho, música e qualquer forma de expressão artística. Também adoro matemática e tecnologia. Desafios?
Estou dentro!
Tenho duas empresas, três sócios e muitos amigos. Não sou uma personalidade pública nem influencer.
Ao longo dos anos, adquiri várias formações em áreas aparentemente desconectadas, e já sofri preconceito por isso. Ouvi muitas vezes frases como:
“Quem aprende muitas coisas não é bom em nada” ou
“Nessa idade ainda não sabe o que quer?”.
Mas, aos 61 anos, posso responder tranquilamente: sou resultado de todas as minhas vivências e experiências.
Mudaria algo?
Não!
Um caminho diferente teria me levado a outros resultados, e eu gosto muito dos resultados que tenho.
Agora que resumi minha trajetória, vamos ao motivo deste artigo: Inteligência Artificial (IA).
Quero deixar claro que o que escrevo aqui é minha opinião, baseada em minhas experiências.
Sinta-se à vontade para discordar.
No meu trabalho com criação de imagens, vídeos e textos (ainda que pouco), é comum ouvir:
“Essa imagem foi criada por IA”, como se a ferramenta desmerecesse o esforço criativo humano.
Essa percepção, creio, será uma discussão relevante por muito tempo. Encaramos a IA como concorrente, mas ela deve ser vista como o que realmente é: uma ferramenta poderosa, capaz de automatizar processos e poupar horas de pesquisa ou etapas da criação.
Stephen Wolfram, em seu artigo sobre o impacto da IA1, menciona que essa tecnologia não substitui a criatividade humana, mas expande as possibilidades criativas, facilitando a exploração de ideias que antes demandariam muito mais tempo e esforço.
Ele explica que a IA pode atuar como “colaboradora”, acelerando processos e dando espaço para que o humano se concentre no que realmente importa: o conceito e a direção criativa.
Portanto, se a IA é usada corretamente como uma ferramenta, não vejo diferença em obter ideias para uma campanha em uma sala cheia de profissionais ou através de uma IA.
Como defende Shoshana Zuboff, em sua obra “A Era do Capitalismo de Vigilância”, a tecnologia não foi criada para substituir a essência humana, mas sim para facilitar o caminho, automatizando processos que nos permitam focar no que realmente somos bons: a criatividade e o pensamento crítico.
Nos subestimamos ao pensar que estamos criando algo que pode nos substituir.
Será que realmente acreditamos que chegamos ao ápice da nossa evolução?
Isso significaria que paramos de evoluir como espécie.
Mas é justamente o oposto: somos movidos por desafios. Como dizia Albert Einstein, “A mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao seu tamanho original”.
O ser humano, em sua essência, busca constantemente o próximo desafio, e é isso que nos torna únicos.
Quando os prazos são apertados, eu costumo brincar: “O difícil eu entrego hoje, o impossível leva um pouco mais de tempo”.
Esse humor é uma forma de lembrar que somos seres de adaptação e superação. A IA pode auxiliar, mas ela não pode substituir essa capacidade humana de improvisar, adaptar e criar soluções em tempo real.
Outro ponto importante é o relacionamento que desenvolvemos com a IA.
Os modelos de linguagem foram projetados para interpretar nossa comunicação e processar a linguagem natural de forma lógica.
Stuart Russell e Peter Norvig, em “Inteligência Artificial: Uma Abordagem Moderna”, explicam que a interação humana com a IA pode ser otimizada quando entendemos que essa tecnologia é moldada pela forma como nos comunicamos com ela.
Portanto, é essencial mostrar à IA como pensamos, sem o receio de sermos julgados ou mal compreendidos.
Resumindo:
Não tente reinventar a roda.
Ela já foi inventada!
O segredo está em como você interage com a ferramenta.
Não se preocupe em criar o “prompt perfeito” ou copiar prompts da internet. Apenas converse.
Use suas palavras, suas ideias.
A IA está aqui para ajudar, e o melhor é que ela nunca irá te julgar.
Como mencionam John Seely Brown e Paul Duguid em “The Social Life of Information”, a chave para o futuro da interação humano-tecnológica é a colaboração: “as máquinas nos ajudam a ver padrões, mas são os humanos que fazem as conexões significativas”.
Use diferentes IAs, compare e valide as respostas como você faria em qualquer pesquisa.
Cheque fontes, e debata pontos obscuros.
Se precisar, aprofunde suas leituras. Henry Chesbrough, em seu livro “Open Innovation” (2003), defende a importância da colaboração e da abertura para ideias externas, que pode ser aplicada aqui: a IA é uma parceira na inovação, não uma adversária.
Aja como se estivesse consultando um colega confiável, que está lá para te apoiar e nunca te criticar. Assim, você maximiza os benefícios sem perder a essência do seu trabalho criativo.
Lembre-se de que o especialista no seu campo é você.
A IA é um apoio. Questione e duvide de suas certezas.
O psicólogo Daniel Kahneman, em “Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar”, explica que somos muito mais propensos a vieses e erros de julgamento do que gostamos de admitir, e por isso é importante estar constantemente revisando nossas conclusões e abrindo espaço para novos aprendizados.
A tecnologia abre portas e janelas todos os dias. Precisamos estar dispostos a aceitar nossa posição no cenário atual.
Por mais que sejamos especialistas em nossas áreas, sempre há mais a aprender, e as coisas mudam rápido demais para que possamos nos acomodar.
Eu diria que o maior conhecimento que você pode adquirir é sobre você mesmo.
Quais são seus limites?
Como você lida com desafios?
Tem medo?
Vai com medo mesmo!
Encare seus limites de frente e supere-os.
Referências:
- O artigo de Stephen Wolfram discute como a IA, especialmente modelos de linguagem, pode complementar o pensamento humano e acelerar processos criativos e científicos.
- O artigo mais relevante para o tema que mencionamos é o “Will AIs Take All Our Jobs and End Human History—or Not?”, onde Wolfram reflete sobre o papel da IA na sociedade e como ela pode ser usada de forma produtiva sem substituir a essência humana.
Você pode ler mais sobre isso neste link