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Humanização no Agenciamento de Cargas

Vamos falar um pouco sobre o papel do Agente de Cargas nas operações de Importação e Exportação de mercadorias.

Em outro artigo, falamos um pouco sobre o papel do Agente de Cargas nas operações de Importação e Exportação de mercadorias.

Pois bem, abordamos alguns pontos importantes para escolha do parceiro nesta área e hoje vamos falar sobre a qualidade dos serviços prestados na logística internacional.

O Agente de Cargas é quem vai cuidar de toda operação logística do seu projeto internacional. Como comentamos no artigo anterior, ele apenas intermedeia a operação de serviço de transporte internacional, em que não é ele próprio que opera o veículo de transporte. 

No caso da modalidade de transporte aéreo são as companhias aéreas, e no caso do marítimo são os armadores. E se tivermos lotes pequenos de carga, podemos ter um agente consolidador no meio do processo.

Enfim, um processo com vários envolvidos e que, com a evolução tecnológica, a grande maioria dos Agentes de Cargas automatizaram os seus processos para garantir um melhor fluxo de informação, agilidade e assertividade na condução das informações.

Tudo isso aparenta ser muito eficiente quando falamos de processos que transcorre sem intercorrências, o que infelizmente não é o que ocorre com todos os processos.

Abordemos um exemplo para que você entenda melhor.

 Tivemos um embarque de importação em que fechei a reserva de um container da China para o Brasil, e a carga ficou parada no transbordo. Perdeu a primeira conexão e recebemos a informação através daqueles e-mails automáticos. Questionei o agente sobre o motivo de o container não ter sido embarcado e ele não sabia responder, pois não constava nada nos sistemas.

Pedi então que ele verificasse o motivo com o agente no transbordo. Infelizmente ele não conseguiu levantar esta informação. 

Além disso, recebi uma segunda mensagem (automática também) de que havia perdido um segundo navio de transbordo. Novamente questionei o motivo, e ele disse que não sabia e que teria que verificar. 

Fiquei me perguntando se esta não seria a tarefa dele em identificar o problema antes mesmo de o cliente solicitar, e repassar a situação fornecendo detalhes tanto sobre a ocorrência quanto o motivo.

Tenho visto também alguns questionamentos equivocados ou mesmo falta de questionamentos que demonstram falta de conhecimento do coordenador que está do outro lado.

Certa vez recebemos um Conhecimento de Embarque de importação para aprovar, que veio sem a menção dos valores de frete internacional, o que é proibido pela legislação brasileira e pode causar uma série de transtornos no momento da chegada do embarque no Brasil.

Tais falhas ocorrem muitas vezes na cotação que o agente de cargas, por falta de informação, repassa a cotação não contemplando a logística definida no Incoterm negociado entre importador e exportador. 

Por exemplo, um embarque negociado para coletar a carga no fornecedor, sendo mencionado apenas os custos portuários, sem a coleta e assim por diante.

Em meu entendimento, há uma falta de conhecimento de como o processo logístico das operações pode impactar no processo aduaneiro de importação e exportação, obrigando o cliente a ter o domínio dos procedimentos de logística, aduana, cambial etc, e a ficar constantemente efetuando questionamentos durante a movimentação da carga. 

Esta situação é completamente oposta à realidade das pequenas e médias empresas que estão iniciando seus projetos no Comércio Exterior sem o acompanhamento de profissionais qualificados, pois eles não conhecem os trâmites e, caso ocorram problemas, é ele quem vai acabar pagando, muitas vezes, por custos adicionais não provisionados inicialmente.

Este é, na minha opinião, o motivo de termos tantos problemas nos processos de Comércio Exterior. A falta de conhecimento da cadeia completa do processo, seja ele de importação ou exportação, gera a não proatividade dos coordenadores de embarque e a automação das informações faz com que estes profissionais se acomodem e não se antecipem na busca de soluções para a melhor condução dos processos.

Precisamos focar mais na humanização dos colaboradores, incentivando-os ao aprendizado contínuo e motivando-os a buscar soluções logísticas para seus clientes.

Penso que o Coordenador de Embarques deveria se transformar em um Consultor Logístico, pois esta é uma atividade que pouco vemos no mercado e que iria ajudar muito na mitigação de problemas no Comércio Exterior.

E você, o que acha da humanização no Agenciamento de Cargas?

Se quiser conversar mais sobre o assunto, vamos marcar um café?

Grande abraço e até o próximo artigo.

Marcia Hashimoto