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Aplicação da sustentabilidade nos processos de Comércio Exterior

Uma grande maioria do comércio mundial utiliza transporte marítimo, sendo este, responsável por 2,5% das emissões de CO2 na atmosfera.

Os transportes marítimos têm sido o grande desafio da sustentabilidade e meio ambiente, já há alguns anos. 

Cerca de 80% do comércio mundial utiliza esta modalidade de transporte, sendo responsável por 2,5% das emissões de CO2 na atmosfera.

E ainda temos o agravante de poluição dos oceanos, causado pela má condição das embarcações e diversos acidentes que ocorrem no trajeto. 

Ao longo dos anos, tem-se discutido opções de emprego de energias alternativas, como solar, eólica e o uso de biocombustíveis, além de outras frentes, como a utilização de embarcações mais leves, aerodinâmicas, sistemas híbridos de propulsão etc.

Indo mais além, mas ainda em relação ao meio-ambiente, temos casos aqui de exportação, em que o país de destino exige uma certificação de que o produto segue as normas de sustentabilidade, ou seja, produtos que não estão direta ou indiretamente envolvidos com o desmatamento. 

Por exemplo, produtos cuja embalagem final seja homologada para reciclagem, ou produtos que possuem a comprovação de uso de matérias-primas que não causem danos ao meio-ambiente, descarte ou a destinação adequada para os resíduos de matéria-prima etc.

Estes são apenas alguns exemplos de exigências, que alguns países, já vêm fazendo na importação de produtos brasileiros.

Mas não podemos pensar na sustentabilidade voltada apenas ao meio ambiente. 

Acho importante falarmos também sobre a sustentabilidade financeira do negócio, que no comércio exterior começa com um bom planejamento.

É preciso ter visibilidade do fluxo financeiro das operações de Comércio Exterior.

  • Na importação é possível saber exatamente quanto você vai gastar com: Produto, 
  • Custos logísticos, 
  • Impostos, 
  • Taxas e 
  • demais Serviços, 

De forma que você consiga inclusive prever o fluxo financeiro de toda operação.

Mas cuidado, já tivemos casos aqui que, mesmo com uma redução de 40% no custo da matéria-prima, não aconselhamos a importação, pois o cliente ficaria com um estoque de quase 1 ano, ou seja, com um fluxo financeiro completamente comprometido, em estoque, por um longo período. 

Em suma, trata-se de um projeto que, financeiramente, não se sustentava.

Uma outra dica: na execução do seu projeto de Comércio Exterior, busque por parceiros que estejam comprometidos com práticas sustentáveis também. Isso significa a escolha de agentes que te ofereçam opções de rotas alternativas mais eficientes, e de transportadoras que sigam as regulamentações globais para o transporte.

Inclua, portanto, no seu projeto de internacionalização o item ESG – Environmental, Social and Governance / Meio ambiente, Social e Governança – como um dos itens a serem analisados. 

Comece pelo produto, verifique a necessidade de certificação no país de destino e revise sua cadeia produtiva, verificando se ela está em linha com as melhores práticas de ESG. 

Não se esqueça de passar pelas boas práticas de gestão de pessoas também e, diria o mais importante, revise seu processo de Governança, ou seja, boas práticas administrativas. Falaremos um pouco mais em detalhes destes dois últimos tópicos, nos artigos ao longo do mês.

Marcia Hashimoto