
Vim para poetizar o mundo,
O caos, o imundo,
O traço do belo e do turvo
A curva do oblíquo e do absurdo
Vim poetizar teus seios,
Teus meios,
Vim porque quis vir,
Soltando farpas,
Rasgando medos,
Descobrindo pelos, veias e
Desejos que você sequer conhecia!
Vim tornar poema o finito e infinito,
O pouco e o muito que conheço de ti,
Vim tornar público teus segredos!
Teus medos e teus sonhos!
Vim porque sou nada,
E por ser nada, posso tirar de ti o Tudo
Vim cego, pois não preciso te ver
Não preciso do seu belo ou do seu feio…
Vim surdo, pois não preciso te ouvir,
Não quero teu canto, tua voz,
Vim pelo teu beijo, pelo teu sexo,
Pelo teu caos de desejos contidos,
Vim profetizar tua liberdade,
Vim “poemizar” teus desejos escondidos
Você não pode me ver, mas sentir,
Não estou no físico, estou no hetéreo
Sou mais que o pouco e o muito que te governa
Sou seu desejo mais íntimo
Sou aquilo que tu calas, mas pensas,
Sou aquele seu sorriso torto,
Aquele salivar gostoso e suspirado,
Sou teu íntimo na flor da pele,
Pelo, carne, mão que corre,
Sou febre gelada, sou gelo do fogo
Sei que você me sente conforme me mostro,
Sei que você se rasga enquanto me ouve,
Sei que sente o suor descendo pelas tuas costas,
Sei do arrepio gostoso descendo pelas suas coxas,
Ah, cuidado,
Sei dos desejos dos teus meios,
Dos teus seios,
O brilho de saliva nos mamilos e
Do alvoroço do caos e da calma a cada momento
Poetizo tudo, poetizo o mundo do teu corpo
Poetizo teus segredos e tuas verdades,
Poetizo teu corpo e tua alma,
Poetizo você e minhas mãos em ti…
Vim porque te dou suporte
Vim desmistificar os teus pesadelos
Vim para te dizer que são sonhos
Vim te proteger de si e dos outros
Sou eu,
Sou tu,
Sou nós,
Sou teu mundo escondido
Se solto só para mim,
Se abre para o mundo,
Se liberta das mentiras dos outros
E das verdades que você vive
Mas que não te pertencem…
Ah!
Posso te ver agora,
Conforme lê,
Posso ver seu sorriso torto e tímido,
No cantinho da boca,
Mãos suadas,
Olhos doces e quase em pecado,
Pecado esse que nunca existiu,
Pois Nunca foi pecado…
Ah!
Posso te sentir agora
Você Livre de travas, amarras e medos
Posso sentir a tua liberdade
Num olhar que grita,
Numa boca que cala e consente
Consente que deseja a vida
A vida sem limites
Sem becos escuros
Sem noites pesadas, sem dor…
Poetizo teu renascimento,
Vim poetizar esse momento,
Momento em que descubro,
Que estás pleno, verdadeiro e liberto…
Que estás plena, verdadeira e liberta
Fala em dois gêneros,
Pois profetizo o todo,
Profetizo o amor sem limites,
Sem sexos definidos e
Sem Orgasmos contidos
Escondidos e proibidos
Sou eu,
Se solta,
Sente e não cala mais,
Grita, geme, sussurra e beija!
Beija sem medo de sentir o beijo,
Ama sem ter medo do amanhã,
Vive um dia de cada vez,
Vive um desejo de cada vez.
Profetizo teu sorriso agora,
Não um riso maldoso,
Mas um sorriso gostoso,
Consegui poetizar o amor que tu querias!
O amor pleno, inteiro e verdadeiro.
Poetizei você,
Vive agora,
aquilo que aqui foi apenas poesia!
Cosmo Fuzaro 28/06/2022
