As críticas em forma de texto produzidas por Gregório de Matos
Um autor polêmico, sarcástico, sem “papas na língua”.
Gregório de Matos: vida, principais características da obra e exemplos (todoestudo.com.br)
Gregório de Matos foi um escritor nascido no calor de Salvador, na época capital do Brasil (por volta de 1630).
Como centro político, o local abrigava pessoas influentes e questões importantes para as relações do país no âmbito social e econômico, nacional e internacionalmente.
Barroco
Na literatura, o período correspondia ao barroco – escola com um estilo de texto rebuscado e exagerado, com contradições e intensidade no amor e na dor.
No Brasil, o barroco era um pouco diferente do mesmo em Portugal, local onde surgiu – na época, pertencente ao rei da Espanha.
Seu início marcou o período da contrarreforma, com críticas à igreja católica e suas exigências aos frequentadores.
Já no Brasil, o destaque do movimento se deu nas formas e métricas presentes em todas as artes envolvidas nesse contexto e na maneira direta e aberta com que se apontavam as opiniões de autores e da população através das palavras ditas e escritas.
Um dos seus principais representantes do movimento foi Gregório de Matos, um baiano arretado, primeiro poeta brasileiro nesta fase. Muito conhecido por seu modo de escrever críticas à política local, à igreja e quaisquer assuntos que pudessem interferir no convívio social.
“Boca do inferno”, ficou assim conhecido por sua poesia forte, sarcástica e direta, com temas polêmicos.
Por sua referência histórica, chegou a ter seus poemas selecionados para provas de vestibulares concorridos, como o da FUVEST (São Paulo).
Subdivisão da obra do Boca de Fogo:
Um professor da Universidade de São Paulo dividiu a obra em:
Poesia de circunstância
Ainda subdividida em:
- Satírica: mais agressiva e com zombaria;
- Encomiástica: palavra que remete a encômio, um elogio.
Poesia amorosa
Falando do amor por referência elevada, rica:
- Lírica e erótica: com uso de termos escabrosos, se referindo ao sexo de maneira rústica, talvez até pornográfica;
- Religiosa: foco na contrarreforma; também com poemas que tratam da efemeridade da vida.
Além dos termos e temas que o caracterizavam de forma marcante, o autor também fazia uso de grandes figuras de linguagem.
- “Pastores, que levais ao monte o gado,
- Vede lá como andais por essa serra;
- Que para dar contágio a toda a terra,
- Basta ver-se o meu rosto magoado:
- Eu ando (vós me vedes) tão pesado;
- E a pastora infiel, que me faz guerra,
- É a mesma, que em seu semblante encerra
- A causa de um martírio tão cansado.
- Se a quereis conhecer, vinde comigo,
- Vereis a formosura, que eu adoro;
- Mas não; tanto não sou vosso inimigo:
- Deixai, não a vejais; eu vo-lo imploro;
- Que se seguir quiserdes, o que eu sigo,
- Chorareis, ó pastores, o que eu choro.
- Mas se é tão antigo, pra que continuar lendo estes poemas?”
Além da importância histórica, os poemas carregam valores atemporais, transmitindo ensinamentos de coragem e sinceridade de uma artista que marcou seu tempo cronológico e literário.
Experimente você também a força e autenticidade das palavras de Gregório