Formas de deixar o animal mais parecido com seus tutores
Em tempos de Instagram com páginas pet, roupas e adornos personalizados, inclusão dos animais nas famílias, muito se fala sobre a humanização, principalmente dos cães.
Será essa uma ação positiva?
Aproxima mesmo o animal?
Vamos ao conceito:
A humanização consiste em depositar sentimentos e sensações humanos ao animal.
A percepção que os pets tem do universo é muito diferente do que os humanos, por mais que tentemos atribuir semelhanças entre nossas reações e a deles.
Aqui vão exemplos:
Quando seu cão urina em um local inadequado e você encontra horas depois, chama ele para dar bronca e diz que ele sabe o que fez.
Ele na verdade não sabe, não se lembra mais daquilo.
A reação que o cão tem e que ilusoriamente dizemos ser de culpa, é muitas vezes apenas o medo, pois para ele foi uma ação comum.
O mesmo ocorre quando ele pega um objeto que não deveria e destrói.
Ele não rasga uma bolsa nova ou morde um sapato novo “de propósito”, pois ele nem ao menos sabe o que é isso.
Em grande parte, esse foi apenas o objeto que estava mais acessível a ele ou que lhe pareceu mais interessante para brincar.
A sensação ou sentimento que julgamos que o animal teve é apenas um espelho daquilo que nós mesmos sentiríamos, a atribuição da nossa visão de mundo ao mundo deles, o que NÃO ocorre.
Mudando comportamentos
Além dessas ações que restringem o comportamento natural do animal, também podem ser considerados como humanização.
- Comer junto à mesa com dieta inadequada a espécie,
- Andar apenas em carrinhos ou no colo impedindo o ato de farejar,
- Uso de acessórios que inibem seus sentidos, como sapatos que restringem seu caminhar, entre outros.
Com a aproximação entre os pets e as famílias, observamos cada vez mais ações como a inclusão de pet nas viagens, fotos junto à família, uso de roupas e penteados dos mais diversos tipos e o crescimento do mercado pet em conjunto.
Muitos leigos discorrem sobre isso como uma forma também de humanização, mas isso na verdade não interfere no instinto natural do animal.
De acordo com Halina Medina, criadora de conteúdos da página Tudo Sobre Cachorros, essas são atitudes neutras:
“Para o cão, não faz diferença a maneira como você o chama, se você o chama de filho, e diz que é mãe dele ou outros apelidos, é indiferente”.
Parece algo irrelevante, mas se não dosamos o que pode ser uma forma de humanização prejudicial ou a chamada “neutra”, pode-se causar diversos problemas a saúde do animal.
Seu comportamento pode regredir, de maneira a se tornar um ser ansioso, depressivo ou mesmo agressivo.
Para saber se uma determinada ação será nociva ou não ao comportamento, basta se perguntar:
Isso interfere no instinto natural desta espécie?
São necessários estímulos gustativos, táteis, visuais, auditivos e, principalmente, olfativos na rotina dos pets.
Conclusão
Permita que seu cãozinho pise na areia, cheire a grama, ouça diferentes ruídos, conheça diferentes texturas e sabores.
Para caso de dúvidas, consulte um profissional veterinário ou comportamentalista. Isso vai torná-lo um
animal mais saudável e feliz!
Bia Matos
Sou a Beatriz, tenho 18 anos e sou estudante de medicina veterinária. Nascida e residente em São Paulo, sou apaixonada por animais, música e literatura. 💖