
Um negócio e Uma criança
No atual momento que estamos vivendo, com muita informação e mercados cada vez mais competitivos, você pode ter um excelente produto ou serviço a oferecer e um enorme nicho em potencial para explorar, mas se não consegue manter a casa arrumada, então….
É bastante provável que, infelizmente, esses fatores não determinem o crescimento do negócio e, acabe fazendo parte das estatísticas negativas publicadas anualmente, referente ao alto índice de mortalidade de empresas, nos primeiros cincos anos de fundação.
Nesse cenário, destaca-se o papel da gestão:
- financeira,
- de qualidade,
- de pessoas,
- geral.
Que sempre aponta para o caminho mais adequado.
Áreas
Apesar de todas as áreas de uma empresa fazerem parte de uma engrenagem, em que cada uma depende da outra, para o bom andamento do todo, a área financeira deve ter uma atenção especial e, pasmem, na maior parte das vezes é a que menos tem a atenção, por parte dos empresários.
Ao longo dos vários anos em universidades como professor na área de finanças, sempre houve, por parte da equipe de professores, a defesa da sua área em que lecionava, como sendo a mais importante dentro das organizações.
Era comum ouvir de um colega de Marketing, que seria o coração, já o colega de RH, defendia que as pessoas eram o cérebro, o colega de Planejamento Estratégico, defendia que seria o pulmão e assim seguia todo aquele discurso; cada um defendendo sua área, como a mais importante.
Eu não poderia ficar de fora e um dia soltei aos meus alunos que o Financeiro era o sangue das organizações. Logo, um dos meus melhores alunos (inclusive quando pedi afastamento da universidade indiquei esse aluno para assumir a disciplina e até hoje segue como responsável pelas disciplinas de finanças em meu lugar) se manifestou, dizendo que agora eu era mais um professor defendendo a sua disciplina.
No momento parei, refleti sobre sua colocação e argumentei dizendo que nenhum setor de qualquer negócio terá sucesso sem um financeiro forte, pois está infiltrado em todas as áreas, como o sangue no corpo, através das veias, que se infiltra em tudo, dando vida a todos os órgãos. Assim, o sucesso das demais áreas de uma organização dependem da boa performance do financeiro, para colocar seus projetos em prática.
O financeiro é quem diz o quê, o quanto e principalmente, o prazo que uma organização poderá atingir seus objetivos, fatores essenciais a qualquer planejamento.
Pensando sobre tudo isso e revisando os meus 20 anos de assessoria a empresas, auxiliando a administrar seus negócios de maneira profissional e inovadora, acabei fazendo uma analogia do micro empreendedor que inicia seu novo negócio, com o crescimento de uma criança.
Um negócio e Uma criança
A criança quando nasce e começa a dar seus primeiros passos na vida, tem todo suporte necessário para esse crescimento, tais como:
- alimentação saudável,
- higiene pessoal necessária
- orientações no âmbito da formação do caráter, oferecida pelos próprios pais e/ou responsáveis por essa criança,
Garantindo assim seu crescimento necessário para sua subsistência futura.
Porém, esse crescimento é apenas no âmbito físico e emocional, já que em determinado momento da vida dessa criança será necessário adquirir novas habilidades que farão a diferença.
Como por exemplo, aprender a ler e escrever e desenvolver uma atividade técnica diversa, que o ajudará em seu sustento e perpetuação no mercado de trabalho ou qualquer outra formação/vivência no mundo dos negócios, que chamamos do crescimento intelectual.
Nascimento
O nascimento das empresas não é diferente, elas nascem a partir da oportunidade de negócio, de uma habilidade técnica especial que permite uma pessoa a criar a expectativa de ter seu próprio negócio e, muitas vezes, realizar o sonho de deixar de ser empregado.
E quando decidem empreender, o fazem sem um planejamento mínimo, apostando na sua habilidade técnica, seus contatos gerados no local onde trabalhavam anteriormente e como qualquer início, acaba sendo o faz tudo no seu ambiente.
O empreendedor vende, compra, produz, paga, recebe, negocia com bancos e assim segue por um bom período.
O fato é que, devido sua habilidade técnica, acaba ganhando espaço no mercado e os negócios começam a crescer e tomar corpo, e com isso ele continua acumulando todas as funções que o negócio exige por conta do crescimento.
Nesse estágio, o empresário que enxerga esse movimento em seu negócio, inicia um processo de buscar ajuda, colocando pessoas que possam auxiliá-lo.
Primeiramente, ele busca especialista no seu ramo e, sabendo da importância de manter a qualidade do serviço que oferece, não poupa esforços em ter o melhor profissional.
Crescimento e o Controle
Diante do exposto, chega o momento em que, devido ao sucesso dos serviços prestados, o crescimento acaba sendo inevitável. Com isso, o acúmulo de tarefas passa a ser impossível de ser cumprido pelo empresário, levando-o a refletir sobre a necessidade de melhorar seus controles, buscando delegar essas tarefas, principalmente os controles financeiros a outra pessoa.
E por ser uma atividade que envolverá os números da empresa, a primeira opção é colocar à frente dessa função uma pessoa de confiança, que normalmente é alguém próximo e em que confia, pois nesse tipo de operação, o empresário tem grande dificuldade em expor a situação financeira a pessoas que não pertençam ao seu ciclo de convivência.
Não que esse seja um fator a ser desconsiderado, entendo que a confiança é de extrema importância, porém a escolha deve ser acompanhada da avaliação de pelo menos três fatores:
1) a pessoa escolhida, tem o perfil para esse tipo de atividade?
2) tendo o perfil, tem conhecimento suficiente para que os controles necessários sejam implantados, operacionalizados e gerados os relatórios necessários para a melhor tomada de decisão?
3) e por último, caso não tenha o conhecimento necessário, está disposto a buscar aperfeiçoamento a ponto de atender a essas demandas?
Algumas vezes, encontramos situações nas quais, o empresário não tendo pessoas próximas que possam ajudá-lo, opta pela contratação de um auxiliar de escritório ou estagiário, tudo para ter o menor impacto possível em suas despesas, esse funcionário por falta de conhecimento, apenas consegue acompanhar recebimento e pagamento das contas, o que não alivia o empresário.
Essa alternativa traz algumas armadilhas:
Em primeiro lugar, a questão da confiança necessária.
Em segundo, como a pessoa não tem o conhecimento que o cargo exige, acaba não se envolvendo com o que realmente é necessário, gerando ociosidade e baixa produtividade. Além do risco do entretenimento que a internet oferece hoje em dia, desperdiçando muito do tempo que deveria investir em planejamento, organização e controle.
Seguindo ainda pela opção de contratar, o melhor seria o perfil de um profissional especializado para a função e isso normalmente fica fora dos planos do micro empreendedor, pois, na maioria das vezes, o seu fluxo de caixa não suporta tal contratação.
E, por último, o empreendedor pode contratar uma assessoria que pode ajudar na organização dos processos ou até terceirizar o seu financeiro a um custo bem mais acessível, com a garantia de um trabalho realizado por uma equipe de especialistas com formação técnica e experiência suficiente para criar os controles necessários, que permita gerar os resultados que a empresa precisa.
Com qualquer uma das três alternativas é possível atingir bons resultados, desde que se observem os aspectos comentados acima, pois não é uma receita pronta já que cada empresa tem suas próprias características e que devem ser respeitadas. O mais importante é não deixar de fazer e utilizar os conceitos de planejar, organizar e controlar como ferramenta diária da sua organização.
Diante de tudo isso e voltando ao nosso exemplo inicial, onde fizemos uma analogia com o crescimento de uma criança, para o empreendedor esse é o momento do seu negócio aprender a ler e escrever e criar um ambiente propício ao seu crescimento intelectual e isso será possível somente se, ao delegar essas atividades, os fatores acima foram levados em consideração na busca do crescimento organizacional.
O ensinar a ler e escrever começa pela estruturação de processos, que permita controlar toda movimentação por meio de um bom sistema de gestão parametrizado, configurado conforme as características do negócio e alimentado por pessoas que atendam o perfil citado anteriormente.
A correta alimentação dos dados é a melhor maneira de escrever a história de uma empresa e a geração periódica de relatórios, que permita a leitura e análise dos principais indicadores do negócio, permitirá a gestão adequada de qualquer empreendimento.