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Uma fanfarra, uma banda, uma oportunidade

Um amigo me falou sobre um projeto, em Osasco, que mudava vidas com a Música, uma fanfarra de pessoas que amam a arte e, do poder da mudança, através das notas musicais.

Marquei uma visita e agora, vou contar um pouco do que vi. Levei minha família no dia da entrevista, e garanto que foi mais do que uma entrevista, foi uma lição de vida!

O maestro da Banda

O professor de musicalização que nos recebeu foi o Celso, esse rapaz descobriu sua vocação através de estudos em escola municipal, onde, um Maestro acreditou no seu potencial e o incentivou a mudar a sua vida e de muitos outros!

Maestro Sabiá, uma inspiração!

Esse incentivo que fez com que Celso buscasse, cada dia mais, novas oportunidades de aprender música. Com 16 anos ele começou a trabalhar, ensinando muito do que havia aprendido, como voluntário. 

Seu primeiro trabalho na área foi numa escola municipal também. 

Seu sonho é transformar a vida dos jovens com música, pois ela ocupa as mentes, ela tira das ruas, ela se torna um sonho e uma realização possível. 

A música mexe com os sentimentos das pessoas, traz a alegria para as dificuldades do dia a dia, uma das coisas mais gratificantes para Celso são os depoimentos, os retornos que recebe dos jovens e dos pais.

Existem jovens que começaram na Fanfarra aos 10 anos, e hoje já estão com 24 anos, e ainda estão no grupo. Querem seguir com a música. 

Para Celso, toda escola deveria ter a educação musical, e seu sonho é, um dia ver seus alunos como professores, ensinando música e gerando oportunidades. Pelo projeto já passaram mais de 600 alunos.

É maravilhoso ver que jovens acordam cedo num domingo para estarem nos ensaios, eles deixam seu dia de descanso por algo muito maior, a música.

A escola onde se insere a fanfarra, é a Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Saad Bechara, em Osasco-SP.

Nosso trabalho ainda leva esse grupo para outros estados, cidades, bairros. Nós representamos nossa comunidade, a escola que nos abriga, com dignidade e com orgulho.

Jocimar, do Rio para São Paulo.

Professor e môr da banda

Esse outro jovem conheceu Celso pela rede social, se aproximou pelo projeto e veio agregar ao grupo. 

– Eu entrei para o mundo das bandas aos 11 anos de idade, por influência de minha irmã. Entrei sabendo nada, e a primeira coisa que aprendi foram os conceitos de responsabilidade, desempenho e oportunidade.

Eu precisava cuidar muito bem da minha farda, do instrumento e do grupo. 

Testei muitos instrumentos, mas me descobri feliz quando pude coreografar os movimentos das apresentações.

Eu ainda fiquei preso aos instrumentos, muito pelo preconceito sobre a atuação na coreografia. Fiquei oprimido nos instrumentos, mas mesmo assim fui muito feliz, vim do Rio e passei por 4 bandas.

Quando conheci o Celso ele me deu a oportunidade de criar as coreografias, ensaiar as crianças e inserir o meu amor pela arte.

Hoje, nossa banda é completa e essas crianças começaram, faz anos comigo, e se tornaram pessoas responsáveis e apaixonadas como eu.

As dificuldades são enormes, mas a vontade é muito maior.

Alguém precisava ajudar com as roupas, coreografias, pois uma fanfarra tem dança, na realidade é um conjunto.

O trabalho é de formiguinha.

Apesar de todas as dificuldades com instrumentos, uniformes e equipamentos, somos um grupo unido, que corre atrás para suprir todas as necessidades!

O mundo aqui é construtivo e eles levam essa experiência para o mundo lá fora.

Aqui nosso trabalho é de conjunto, de vínculo de formiguinha mesmo.

Crescemos a cada dia mais!

Adeilson Batista, um jovem do grupo que trouxe seu depoimento.

Eu estou na banda desde meus 9 anos e hoje tenho 25 e muito orgulho de continuar no grupo. Pois esse grupo mudou minha vida.

Eu sou muito hiperativo, muito agitado, não conseguia me concentrar, a música trouxe disciplina, os tempos da música precisam ser respeitados e esse conceito pode ser transportado para a vida como um todo.

A banda me trouxe ritmo, compasso, partitura, atenção e foco.

Vim atrás de um batuque e descobri a música!

O maior legado que vejo, além do conhecimento, são as amizades, são quase irmãos. Acho que todas as comunidades precisavam ter espaços onde se ensinasse a música, pois ela traz conceitos que mudam vidas.

A música é meu amor eterno, eu trouxe minhas duas irmãs para o grupo e somos felizes aqui.

A escola onde se insere a fanfarra é o Colégio Saad em comunidade de

Fotos misturadas no passado (lembranças) e presente (no dia da visita) e com muito planos de futuro.

Obrigado pessoal, vocês me fizeram acreditar que o mundo tem jeito!