Ilú Oba de Min
O Batuque que evoca a Justiça de Xangô e abre os caminhos através das mãos femininas
O Carnaval de São Paulo testemunhou novamente a magnífica e impactante passagem do Bloco Ilú Obá de Min, que celebrou a família Franco no Carnaval de 2024.
À beira de completar duas décadas de trajetória, o Bloco Ilú Obá de Min – cujo nome traduzido significa “Mãos Femininas que Tocam Tambor para Xangô” – impressionou mais uma vez, São Paulo, com seu desfile em honra à família Franco, reverenciando as sementes plantadas por essa linhagem feminina de força e representatividade.
Com suas 450 integrantes, o bloco emociona e cativa multidões por onde passa.
Fundação
Fundado em 2004 pelas percussionistas Beth Beli, Adriana Aragão e Girlei Miranda, o bloco valoriza e difunde o protagonismo feminino no Brasil e no mundo por meio da cultura afro-brasileira.
Carregando consigo a energia do Axé, os desfiles dessas mulheres incríveis, homenageiam a força ancestral e feminina por meio de sua arte e cultura.
Homenagens
Algumas das figuras homenageadas pelo bloco incluem:
- Carolina Maria de Jesus,
- Rainha Nzinga,
- Leci Brandão, entre outras figuras importantes para a história das mulheres negras.
O Bloco Ilú Obá de Min vai além do Carnaval de São Paulo, pois elas transcendem fronteiras. Já participaram do Carnaval do Rio de Janeiro, de festivais importantes como o Coala, onde propagam o batuque, a dança e a espiritualidade africana, estabelecendo uma conexão com o axé, abrindo caminhos e resgatando a história para celebrá-la ou para denunciar e reivindicar questões sociais e políticas importantes para o desenvolvimento e vida digna da população negra no Brasil.
Neste ano, seguidas por uma multidão, o Bloco encerra sua participação no evento Matinê Esquerdinha Livre, onde foram aguardadas por centenas de pessoas, incluindo as mães de Maio, que seguravam uma faixa em memória das vítimas da chacina de Barueri e Osasco.
Mais uma vez, o Bloco demonstra que não se trata apenas de festividades, mas sim da responsabilidade política e social de buscar uma melhor qualidade de vida, confrontando a dura realidade das ruas e das milícias que ceifam vidas de filhos de mulheres negras no chão.
Mais do que simplesmente tocar tambores, é sobre educar e difundir a cultura afro-brasileira com responsabilidade social.
Gratidão às mulheres do Ilú Obá de Min.