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Gabriel o Pensador, um talento incrível

Descubra a trajetória inspiradora de Gabriel Pensador, sua influência na música brasileira e suas letras impactantes que marcaram gerações

Tenho muita admiração pela pessoa e pelo profissional, suas entrevistas, seus posicionamentos, sua postura diante da vida é forte e muito importantes.

Gabriel Contino, mais conhecido como Gabriel o Pensador, nasceu no Rio de Janeiro em 4 de março de 1974. Filho da jornalista Belisa Ribeiro, desde jovem demonstrou interesse pela música e pelas letras. 

Gabriel começou sua carreira musical em 1992, com a música “Tô Feliz (Matei o Presidente)”, que rapidamente ganhou notoriedade. 

Seu estilo único combina letras de crítica social com ritmos envolventes, o que lhe rendeu um lugar de destaque no cenário do rap brasileiro.

Durante sua carreira, Gabriel lançou diversos álbuns de sucesso, como:

“Gabriel o Pensador” (1993), 

“Ainda é Só o Começo” (1995), 

“Quebra-Cabeça” (1997), entre outros. 

Ele é conhecido por abordar temas como desigualdade social, política, educação e outros problemas sociais em suas músicas.

Na literatura, Gabriel é autor de livros, incluindo “Diário Noturno” e “Um Garoto Chamado Roberto”, onde ele explora diferentes facetas de sua criatividade.

No ativismo, Gabriel é conhecido por seu trabalho social, participando de várias campanhas e movimentos em prol da educação e contra a desigualdade social.

Gabriel, mestre com as palavras é uma personalidade que, através de sua música e palavras, inspira e provoca reflexões profundas sobre a sociedade brasileira. 

Sua carreira é um testemunho de dedicação e paixão por um mundo mais justo e igualitário.

Trechos de Suas Obras

Escolhi três músicas para reproduzir as letras e peço que leiam com atenção!

“Tô Feliz (Matei o Presidente)”:

  • Atirei o pau no rato
  • Mas o rato não morreu
  • Dona Rosane, admirou-se do ferrão
  • Três-oitão que apareceu
  • Todo mundo bateu palma quando o corpo caiu
  • Eu acabava de matar o Presidente do Brasil
  • Fácil um tiro só
  • Bem no olho do safado
  • Que morreu ali mesmo
  • Todo ensanguentado
  • Quê? Saí voado com a polícia atrás de mim
  • E enquanto eu fugia eu pensava bem assim:
  • Tinha que ter tirado uma foto na hora em que o sangue espirrou
  • Pra mostrar pros meus filhos
  • Que lindo, pô
  • Eu tava emocionado, mas corri pra valer
  • E consegui escapar
  • Ah, tá pensando o quê?
  • E quando eu chego em casa
  • O que eu vejo na TV?
  • Primeira dama chorando perguntando (Por quê?)
  • Ah! Dona Rosane dá um tempo num enche num fode
  • Não é de hoje que seu choro não convence
  • Mas se você quer saber porque eu matei o Fernandinho
  • Presta atenção sua puta escuta direitinho
  • Ele ganhou a eleição e se esqueceu do povão
  • E uma coisa que eu não admito é traição
  • Prometeu, prometeu, prometeu e não cumpriu
  • Então eu fuzilei, vá pra puta que o pariu
  • É podre sobre podre, essa novela
  • É Magri, é Zélia
  • É Alceni com bicicleta e guarda-chuva
  • LBA Previdência chega dessa indecência
  • Eu apertei o gatilho e agora você é viúva
  • E não me arrependo nem um pouco do que fiz
  • Tomei uma providência que me fez muito feliz
  • Hoje eu tô feliz! (Minha gente!)
  • Hoje eu tô feliz (Minha gente!) matei o presidente
  • Eu tô feliz demais então fui comemorar
  • A multidão me viu e começou a festejar
  • (É Pensador, é Pensador, é Gabriel O Pensador)
  • Me carregaram nas costas
  • A gritaria não parou
  • Eu disse: Eu sou fugitivo, gente, não grita o meu nome por favor!
  • Ninguém me escutou e a polícia me encontrou
  • Tentaram me prender
  • Mas o povo não deixou
  • (O povo unido jamais será vencido)
  • Uma festa desse tipo nunca tinha acontecido
  • Tava bonito demais
  • Alegria e tudo em paz
  • E ninguém vai bloquear nosso dinheiro nunca mais
  • Corinthiano e Palmeirense
  • Flamenguista e Vascaíno
  • Todos juntos com a bandeira na mão cantando o hino
  • (Ouviram do Ipiranga às margens plácidas
  • De um povo heroico o brado retumbante)
  • E começou o funeral e o povo todo na moral
  • Invadiu o cemitério numa festa emocionante
  • Entramos no cemitério cantando e dançando
  • E o presidente estava lá já deitado nos esperando
  • Todos viram no seu olho a bala do meu três-oitão
  • E em coro elogiamos nosso atleta no caixão:
  • (Bonita camisa Fernadinho
  • Bonita camisa Fernadinho
  • Bonita camisa Fernadinho
  • Você nessa roupa de madeira tá bonitinho!)
  • E como sempre lá também tinha um grupo mais exaltado
  • Então depois de pouco tempo o caixão foi violado
  • O defunto foi degolado, e o corpo foi queimado
  • Mas depois não vi mais nada porque eu já tava cercado de mulheres e aquilo me ocupou
  • (Ai deixa eu ver seu revólver Pensador!)
  • Então eu vi um pessoal numa pelada diferente
  • Jogando futebol com a cabeça do Presidente
  • E a festa continuou nesse clima sensacional
  • Foi no Brasil inteiro um verdadeiro carnaval
  • Teve um turista que estranhou tanta alegria e emoção
  • Chegando no Brasil me pediu informação:
  • (O Brasil foi campeão? Tá todo mundo contente!)
  • Não amigão
  • É que eu matei o presidente!
  • Fala, fala, fala, fala
  • Foi eu, foi eu, foi eu
  • Foi, foi eu
  • Hoje eu tô feliz (minha gente!)
  • Hoje eu tô feliz (minha gente!)
  • Hoje eu tô feliz, matei o presidente
  • Hoje eu tô feliz (minha gente!)
  • Hoje eu tô feliz (minha gente!)
  • Hoje eu tô feliz, matei o presidente
  • E o velório vai ser chique
  • Sem falta eu tô lá
  • É ouvi dizer que é o PC que vai pagar”
  • Refrão

Astronauta

  • “Astronauta!
  • Tá sentindo falta da Terra?
  • Que falta
  • Que essa Terra te faz?
  • A gente aqui embaixo
  • Continua em guerra
  • Olhando aí prá lua
  • Implorando por paz
  • Então me diz:
  • Porque quê você quer voltar?
  • Você não tá feliz
  • Onde você está?
  • Observando
  • Tudo a distância
  • Vendo como a Terra
  • É pequenininha
  • Como é grande
  • A nossa ignorância
  • E como a nossa vida
  • É mesquinha
  • A gente aqui no bagaço
  • Morrendo de cansaço
  • De tanto lutar
  • Por algum espaço
  • E você
  • Com todo esse espaço na mão
  • Querendo voltar aqui pro chão?
  • Ah não, meu irmão!
  • Qual é a tua?
  • Que bicho te mordeu
  • Aí na lua?

“Cachimbo da Paz”:

Ao longo de sua carreira, Gabriel o Pensador colaborou com diversos artistas de renome, incluindo:

Destaque para Lulu Santos: Parceiro na canção “Cachimbo da Paz”.

  • “A criminalidade toma conta da cidade
  • A sociedade põe a culpa nas autoridades
  • O Cacique oficial viajou pro Pantanal
  • Porque aqui a violência tá demais
  • E lá encontrou um velho índio que usava um fio dental
  • E fumava um cachimbo da paz
  • O Presidente deu um tapa no cachimbo
  • E na hora de voltar pra capital, ficou com preguiça
  • Trocou seu paletó pelo fio dental
  • E nomeou o velho índio pra Ministro da Justiça
  • E o novo Ministro, chegando na cidade
  • Achou aquela tribo violenta demais
  • Viu que todo cara-pálida vivia atrás das grades
  • E chamou a TV e os jornais
  • E disse: Índio chegou trazendo novidade
  • Índio trouxe o cachimbo da paz
  • Maresia, sente a maresia
  • Maresia, uh
  • Maresia, sente a maresia
  • Maresia, uh
  • Apaga a fumaça do revólver, da pistola
  • Manda a fumaça do cachimbo pra cachola
  • Acende, puxa, prende, passa
  • Índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça
  • Todo mundo experimenta o cachimbo da floresta
  • Dizem que é do bom, dizem que não presta
  • Querem proibir, querem liberar
  • E a polêmica chegou até o Congresso
  • Tudo isso deve ser pra evitar a concorrência
  • Porque não é Hollywood, mas é o sucesso
  • O cachimbo da paz deixou o povo mais tranquilo
  • Mas o fumo acabou, porque só tinha oitenta quilos
  • E o povo aplaudiu quando o índio partiu pra selva
  • E prometeu voltar com uma tonelada
  • Só que quando ele voltou, sujou!
  • A Polícia Federal preparou uma cilada
  • O cachimbo da paz foi proibido
  • Entra na caçamba, vagabundo, vamo pra DP
  • Êêê, índio tá fudido porque lá o pau vai comer
  • Maresia, sente a maresia
  • Maresia, uh
  • Maresia, sente a maresia
  • Maresia, uh
  • Apaga a fumaça do revólver, da pistola
  • Manda a fumaça do cachimbo pra cachola
  • Acende, puxa, prende, passa
  • Índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça
  • Na delegacia só tinha viciado e delinquente
  • Cada um com um vício e um caso diferente
  • Um cachaceiro esfaqueou o dono do bar
  • Porque ele não vendia pinga fiado
  • E um senhor bebeu uísque demais
  • Acordou com um travesti e assassinou o coitado
  • Um viciado no jogo apostou a mulher
  • Perdeu a aposta e ela foi sequestrada
  • Era tanta ocorrência, tanta violência
  • Que o índio não tava entendendo nada
  • Ele viu que o delegado fumava um charuto fedorento
  • E acendeu um da paz pra relaxar
  • Mas quando foi dar um tapinha
  • Levou um tapão violento e um chute naquele lugar
  • Foi mandado pro presídio e, no caminho
  • Assistiu um acidente provocado por excesso de cerveja
  • Uma jovem que bebeu demais
  • Atropelou um padre e os noivos na porta da igreja
  • E, pro índio, nada mais faz sentido
  • Com tantas drogas, por que só o seu cachimbo é proibido?
  • Maresia, sente a maresia
  • Maresia, uh
  • Maresia, sente a maresia
  • Maresia, uh
  • Apaga a fumaça do revólver, da pistola
  • Manda a fumaça do cachimbo pra cachola
  • Acende, puxa, prende, passa
  • Índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça
  • Na penitenciária, o índio fora da lei
  • Conheceu os criminosos de verdade
  • Entrando, saindo e voltando
  • Cada vez mais perigosos pra sociedade
  • Aí, cumpádi, tá rolando um sorteio na prisão
  • Pra reduzir a superlotação
  • Todo mês alguns presos tem que ser executados
  • E o índio, dessa vez, foi um dos sorteados
  • E tentou acalmar os outros presos
  • Peraí, vamo fumar um cachimbinho da paz
  • Eles começaram a rir
  • E espancaram o velho índio até não poder mais
  • E antes de morrer ele pensou: Essa tribo é atrasada demais!
  • Eles querem acabar com a violência
  • Mas a paz é contra a lei e a lei é contra a paz
  • E o cachimbo do índio continua proibido
  • Mas se você quer comprar, é mais fácil que pão
  • Hoje em dia ele é vendido pelos mesmos bandidos
  • Que mataram o velho índio na prisão
  • Maresia, sente a maresia
  • Maresia, uh
  • Maresia, sente a maresia
  • Maresia, uh
  • Apaga a fumaça do revólver, da pistola
  • Manda a fumaça do cachimbo pra cachola
  • Acende, puxa, prende, passa
  • Índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça
  • Maresia, sente a maresia
  • Maresia, uh
  • Apaga a fumaça do revólver, da pistola (maresia, sente a maresia)
  • (Maresia) índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça
  • Apaga a fumaça do revólver, da pistola (maresia, sente a maresia)
  • Acende, puxa, prende, passa (maresia, uh)
  • Apaga a fumaça do revólver, da pistola (maresia, sente a maresia)
  • (Maresia) índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça
  • Apaga a fumaça do revólver, da pistola (maresia, sente a maresia)
  • Manda a fumaça do cachimbo pra cachola
  • Acende, puxa, prende, passa (maresia, uh)
  • Índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça
  • Apaga a fumaça do revólver, da pistola (maresia, sente a maresia)
  • Manda a fumaça do cachimbo pra cachola
  • Acende, puxa, prende, passa (maresia)
  • Índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça

Sugiro que ouçam várias outras músicas, vou deixar aqui mais dois links:

“Até Quando?”:

Linhas tortas

Entrevistas

A entrevista de Gabriel com Bial traz muito desse personagem fundamental da atual MPB.  

Entrevista para Marcelo Tas no Provoca:

Novidades e Curiosidades

Gabriel o Pensador continua ativo na música e lançou recentemente novas faixas que continuam abordando questões super atuais.