
A arte da imagem é fundamental,
Ela grava, guarda,
registra fatos, momentos, cenas,
únicas, verdadeiras, secretas e públicas,
ela eterniza o belo e o terrível,
ela torna o momento raro.
Mas isso é muito maior do que você imagina,
Pois ela é única na percepção
e mais ainda na reação…
A lágrima que corre no rosto da Maria
quando nasceu seu filho não se repete,
o sorriso de vitória de um campeão
no momento do recorde não volta mais,
o sabor do beijo da pessoa amada
pode se repetir, mas não será igual,
o brilho do olhar da criança
quando vê um desenho nas nuvens do céu
nunca será igual.

A arte da imagem precisa ser reverenciada
não só pelo registro da ação,
mas pelo registro da reação única produzida.
A arte da bailarina
pode ser repetida milhares de vezes,
suada, treinada,
mas o momento da perfeição
será único
e se for registrado se tornará eterno
para quem vive,
para quem vê
e para quem sente as consequências daquela visão.

Esse registro,
esse momento,
esse ápice
é o que nós artistas buscamos.
Digo sempre que os girassóis de Van Goch
ou a Pietá de Michelângelo,
são únicas na concepção,
mas podem gerar reações diversas
que se registradas, fazem nova arte,
fazem a música sentida, pela fé na imagem,
pela dor na estátua,
pela perfeição da execução,
pela entrega
e pelo belo que significa para cada um que a vê,
algo único e indescritível.
Enfim, o que quero dizer
é que a arte é divina,
pois registra mais que um momento,
uma imagem ou um segundo de luz,
ela gera infinitas respostas,
dores, sorrisos, atos e sentimentos
mas gera dúvidas e reações distintas
para sempre…
Deus está na arte,
A arte é divina, plena, eterna
No olhar de quem a reconhece,
De quem a vive…
