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Reflexões sobre Salmos 128:1-2 

Um olhar contemporâneo e consciente

Alguns dias atrás, fui tocado por uma passagem poderosa:

Salmos 128:1-2

“Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos! Do trabalho de tuas mãos comerás. Feliz serás, e tudo te irá bem.”

Decidi escrever sobre esse trecho sagrado, sob a luz do entendimento que construí ao longo da vida, com base em minha fé, consciência e vivência pessoal.

Para mim, Deus é o amor supremo.

É a expressão máxima do respeito, da verdade e da consciência.

Quem vive em Deus não age por medo, mas por consciência plena, orientado pelo livre-arbítrio, pelo amor próprio e amor ao próximo.

A espiritualidade que sustento, me convida a cultivar quatro pilares inegociáveis:

Verdade, Liberdade, Autoconhecimento e Consciência Existencial.

Duas frases do Salmo merecem, ao meu ver, uma releitura mais profunda e atual:

1) “Aquele que teme ao Senhor…”

A palavra “temor” neste contexto, frequentemente mal interpretada, pode carregar um sentido de submissão pelo medo. Eu, porém, não temo a Deus. Eu O amo profundamente.

Não O vejo como um juiz severo, mas como um Pai de infinita compaixão. O único “temor” que carrego é o de perder minha conexão com Ele — essa relação de amor, que floresceu no dia em que compreendi Sua presença e Sua importância na minha vida.

Deus não é um monstro a ser temido. Ele é o Criador, que nos conhece intimamente, que nos acompanha em cada passo, mesmo quando erramos.

A fé verdadeira não se alimenta do medo, mas da confiança.

Ele não nos abandona — nunca.

Mesmo quando escolhemos caminhos tortuosos, Ele permanece ao nosso lado, silenciosamente nos guiando de volta à luz.

Por isso, viva um segundo após o outro, um dia de cada vez. Viva o presente com intensidade e fé, pois Deus está sempre contigo — SEMPRE.

2) “Do trabalho de tuas mãos comerás…”

Esse trecho carrega uma verdade antiga, mas que precisa ser reinterpretada à luz dos tempos atuais.

Nos tempos bíblicos, o trabalho braçal, físico e contínuo era a principal fonte de sustento e dignidade. A ideia de “quanto mais se trabalha, mais se merece” moldou boa parte da nossa compreensão de valor pessoal e social.

Mas o mundo mudou. Vivemos em uma era tecnológica em que a quantidade de trabalho já não é o principal fator de prosperidade.

Hoje, a qualidade da ação, a inteligência das escolhas, a criatividade e a consciência são os verdadeiros ativos.

Estamos caminhando para um futuro onde o trabalho será cada vez mais automatizado, e o tempo livre se tornará precioso. A arte, o cuidado, o entretenimento, o descanso e o bem-estar vão ganhar protagonismo. E isso exige novos critérios de valor, dignidade e felicidade.

Tradução temporal e Evolução dos tempos

Portanto, devemos traduzir as Escrituras não com os olhos presos ao passado, mas com a mente aberta e o coração atento ao presente e ao futuro.

A Palavra continua viva — e sua interpretação precisa acompanhar a evolução da consciência humana.

Se quisermos manter a essência da mensagem divina em um mundo em constante transformação, precisamos unir fé e sabedoria, espiritualidade e consciência social.

Que essa reflexão toque seu coração e te inspire a viver com mais amor, mais verdade e mais presença.

Com respeito e luz,

Cosmo Fuzaro